Edelweis Ritt ajuda você na escolha dos nomes dos seus personagens
Joana, Jessica ou Kyley? Nomes de personagens podem parecer num primeiro momento uma escolha simples. Não é. Nomes têm significados e valores temporais. Por exemplo, não consigo imaginar uma personagem de 1930 chamada Jéssica, um nome. Foi top da lista americana entre o ano de 1981 e 1998, saindo da lista dos top 20 em 2004. Devo por isso colocá-lo em uma história atual? Posso. Dependendo do meu objetivo.
Quero uma história de alguém dentro da massa? Os pais da minha Jéssica são uma família comum que teve bebê entre 1981 e 1998, então considero que fica perfeito. Existem vários sites na internet com informações sobre os nomes mais usados em determinados anos.
Mas meu nome é Edelweis e nasci em 1967. Quem colocava um nome desses em uma menina nos anos 1960? Aí entra o papel da minha mãe, que gostava de inovar, queria coisas diferentes, adorava ser única.
Na dúvida, nada melhor que uma frase sobre isso em algum lugar do livro (preferencialmente não no início). Suponha que eu seja o personagem de 1967 batizada com esse nome de flor, difícil de escrever e de pronunciar. Como eu explicaria:
O que se espera de uma mãe que imitava a pinta que Marilyn Monroe tinha sobre o lábio superior? Alguém que segue o lema de “sempre imitada, mas nunca igualada” que acaba tendo uma filha que nasce com essa pinta. Brincadeira do destino! Poderia ter me chamado Marilyn, mas ela achou clichê e escolheu o nome de uma florzinha que ouvia da amiga alemã. Meu pai não gostou. É fácil entender que ela tinha mais poder.
Um parágrafo desses já posiciona o contexto do nome e a partir daí passa a fazer sentido. Eu sou da opinião de que qualquer nome pode ser usado se ficar coerente. Portanto, ao escolher os nomes dos seus personagens, busque pela coerência, mesmo que ela seja intrínseca ao conteúdo.